Carta à Foucault
Caro amigo Fred, como estão as coisas por aí? Não nos vemos a tanto tempo. Sinto saudade! Primeiramente, fico muito feliz que esteja na faculdade e espero que goste e seja bem sucedido. Então, vamos à Foucault. No percurso da minha formação sempre ouvi falar muito nele. A princípio, também não sabia quem era, somente que era o “filósofo do poder”, porque ouvia seu nome atrelado a este conceito. A primeira leitura que fiz de Foucault foi “História da sexualidade I: a vontade de saber”, em virtude da minha iniciação científica em projeto de pesquisa sobre gênero e sexualidade. Com o livro comecei a entender um pouco do Foucault desnaturalizador e histórico. Neste livro, ele conta como, ao longo da história, a sexualidade como vivemos hoje se constituiu. Seu caráter crítico e provocador de reflexões é muito presente em seu texto. Neste semestre estou cursando uma disciplina especialmente sobre Foucault e acho que consegui aprender um pouco mais a seu respeito. Não sei se conseguirei apresentá-lo de forma útil a você, mas vou tentar ser didática e linear. Vamos ver se consigo. Michel Foucault era francês, formado em Filosofia e Psicopatologia. Foi professor do Collège de France e sua obra teve bastante impacto no movimento antipsiquiátrico e antipedagógico. Veio ao Brasil cinco vezes, em 1965, 1973, 1974, 1975 e 1976. Em 74, esteve aqui onde estudo, na UERJ. As obras de Foucault podem ser divididas em três etapas. A primeira parte, suas obras dos anos 60, falam sobre uma arqueologia do saber. A segunda parte constitui-se das obras publicadas nos anos 70 e fazem referência a uma genealogia do poder. E, finalmente, a terceira parte, suas produções do final dos anos 70 e meio dos anos 80, cuja discussão se pauta na ética e governamentalidade. Farei uma lista organizada por data sobre suas principais obras para você se guiar e saber a discussão global de cada um apartir do que lhe disse acima. O primeiro livro de