Ao longo da historia a loucura foi vista de várias formas, como castigo, uma dádiva dos deuses ou uma falha da natureza do homem. Na Grécia Antiga, a loucura não era vista de forma negativa ou como doença, pelo contrario, era considerada um privilégio, sendo que era através dos delírios que alguns privilegiados poderiam acessar verdades divinas. Foucault (1972) relata que a história da loucura compreende a história da psiquiatria. No livro História da loucura (1972), Foucault investiga as condições de possibilidades e de existência da psicologia, desde a Idade Média até os tempos modernos, enquanto saber que se constitui em torno da constituição do individuo louco e todas às suas figuras. Nesta época o saber psicológico seria algo impensável. No fim da Idade Média e na Renascença, a loucura é uma expressividade do sujeito envolta em mistério, em varias vezes associadas a forças místicas de uma forma sobrenatural. A partir do século XVII surge à doença venérea, influenciada pelos princípios do internamento, e juntamente com a loucura, começa a ser submetida aos preceitos do discurso médico que, com o passar de alguns séculos, irá se tornar objeto definido de patologização e de psicologização. Com o surgimento de diversas casas de internamento por volta dos séculos XVII e XVIII, o internamento veio ocupar, durante o Classicismo, o vazio deixado pela segregação dos leprosos. Os internamentos poderiam ser feitos por várias formas, como cartas régias, de encaminhamento policial, solicitação de familiares ou por pedido dos curas paroquiais, podendo ser internados não apenas pessoas com insanidade, mas sim pessoas excluídas socialmente, como: desempregados, criminosos, prostitutas, ateus, crianças órfãs, mulheres viúvas. Sendo assim o internamento era executado como um dispositivo de exercício de poder, através do isolamento dos excluídos sócias do que na medida