Promovendo encontros: contribuições de Michel Foucault e de Gilles Deleuze para a produção do conhecimento histórico.
Introdução
(...) toda pessoa que escreve exerce um inquietante poder, ao qual é preciso se esforçar para colocar senão um fim, pelo menos limites.
O desejo diz: “ Eu não queria ter de entrar nessa ordem arriscada do discurso (...) E a instituição responde: “Você não tem porque temer começar, estamos todos aí para lhe mostrar que o discurso está na ordem das leis; que há muito tempo se cuida de sua aparição; que lhe foi preparado um lugar que o honra mas o desarma, e que, se ocorre ter algum poder, é de nós, só de nós, que ele lhe advém”.
Não há nada a explicar, nada a compreender, nada a interpretar. É do tipo ligação elétrica. (...) Um livro é uma pequena engrenagem numa máquina exterior muito mais complexa. Escrever é um fluxo entre outros, sem nenhum privilégio em relação aos demais, e que entra em relação de corrente, de redemoinho com os outros fluxos (...)
Devir é jamais imitar, nem fazer como, nem ajustar-se a um modelo, seja ele de justiça ou de verdade.(...) Encontrar é achar, é capturar, é roubar, mas não há método para achar, nada além de uma longa preparação. Roubar é o contrário de plagiar, de copiar, de imitar ou de fazer como.
Escrever é algo complexo e difícil, pois o ato da escrita traz consigo diversas dificuldades, primeiro porque se pensa no que se vai escrever e depois em como irá se escrever a partir de regras, métodos, padrões de escrita e nas implicações que a escrita, que é um tipo de discurso, trará ao escritor.
A História, uma das disciplinas acadêmicas mais complexas, traz a escrita como principal ferramenta de construção de conhecimento e de autoridade em relação às outras disciplinas. A escrita, portanto, faz parte da operação histórica que o historiador participa ao construir o conhecimento histórico.
Por outro lado, a questão da escrita tendo a narrativa do texto histórico