Carne e Pedra
1ª semana – Aulas 01 e 02 – 30 de Janeiro 2013
Carne e Pedra é uma história da cidade contada através da experiência corporal do povo: como mulheres e homens se moviam, o que viam e ouviam, os odores que atingiam suas narinas, onde comiam, seu hábitos de vestir, de banhar-se e de que forma faziam amor, desde a Atenas antiga à Nova York atual. Como as questões do corpo foram expressas na arquitetura e na vida cotidiana.
RESUMO - “Se originalmente a cidade estava identificada com a democracia -daí a origem etimológica comum de "cidade" e "cidadania"-, hoje nada espelha melhor a crise da democracia do que as cidades. A tal ponto que, quanto maiores, menos democráticas.
A "pólis" grega havia assumido a forma ideal das democracias, "em carne e em sangue"; nas palavras de Lewis Munford, em "Cidade na História": "Os gregos acrescentaram à cidade um novo componente (...): suscitaram o aparecimento do cidadão livre".
Nada estranho então que Richard Sennet, que se dedicara ao tema da crise da esfera pública, tenha dado continuidade às suas análises com um livro que se volta para a cidade. Em "A Decadência do Homem Público", analisava a aparição da vida pública em Paris e Londres, durante a década de 1750, num momento de florescimento da burguesia, quando as delimitações entre as esferas pública e privada vão ganhando contornos mais definidos. A primeira grande crise dessas relações é estudada por ele nas décadas de 1840 e 1890, quando se transformam as imagens do corpo, as pautas da linguagem, o homem-como-ator, as teorias da expressão em público e as condições materiais da cidade.
Entre um momento e outro está a Revolução Industrial, mas também a Comuna de Paris e as revoluções urbanas que ela acelera, que, por sua vez, propõem uma reformulação radical na relação entre o público e o privado.
Ao concluir "A Decadência", Sennet falava do sonho de que a cidade deveria ser o foro no qual se tornasse significativo reunir-se com as demais pessoas "sem a