Carne e Pedra, a imagem obsessiva.
Imagem e poder: em Roma os edifícios religiosos, com o Pantheon, demostravam a grandeza e extensão do império e o imperados. As representações sobre o imperador e a própria construção monumental do templo proporcionava prestígio pessoal e imperial, garantindo a legitimação do soberano aos olhos dos súditos. A sacralização do imperador produzia então, na sociedade, um reconhecimento de que deuses e governantes possuíam propriedades semelhantes e assim refletia a distancia entre rei e súditos.
A casa romana: O corpo é baseado em imagens lineares. Os críticos da arquitetura mencionam a obsessão romana em organizar o espaço de forma clara e precisa, espaços ortogonais. O grupo familiar era fortemente hierárquico e patriarcal, dominado pelo homem mais idoso. A casa romana, o domus, espelhava a vida urbana exterior nas relações mais complexas entre os sexos. Sua geometria evidenciava as classes, a clientela, as idades e a propriedade dos moradores.
Religião e os deuses: Os primeiros cristãos acreditavam que quanto maior fosse sua fé, menos eles se sentiriam presos aos lugares em que viviam. Seguiam assim a velha herança judaica, afirmando indiferenças errantes espirituais no mundo. Apesar disso, eventualmente os devotos deixavam de vagar indo orar no templo de Adriano. A ficção cívica de Roma reapareceu. Com o ressurgente senso de lugar, os cristãos sentiram menos urgente a necessidade de transformar seus corpos. A crença em um único deu enfatizava mudanças internas à custa da continuidade urbana, e ao mesmo tempo valorizava mais a história pessoal do que a entidade cívica. Se por um lado o pagão não se entregaria ao reino da pedra sem incertezas, o cristão não poderia mais doar inteiramente seu corpo a Deus.
Construções como o Pantheon proporcionavam maior proximidade e entrosamento do imperados com a sociedade romana, que tinham nas imagens a materialização da reverencia e obediência aos deuses.
Geometria do corpo