Livro - carne e pedra
O autor começou a estudar a história do corpo com Michel Foucault, no fim dos anos 1970, e podemos observar sua influência no estudo da exploração do corpo na sociedade pelo prisma da sexualidade. Apesar de colocar as questões relativas à sexualidade no tema geral da insensibilidade corporal, este livro foca a passividade diante da dor tanto quanto as promessas de prazer, “com embasamento na crença judaico-cristã do conhecimento espiritual a ser adquirido pelo corpo, mostrando como aqueles que foram banidos do Éden poderiam encontrar um abrigo na cidade”.
Começamos então em Atenas, onde o corpo nu simbolizava a autoconfiança de um povo na época de Péricles e da Guerra do Peloponeso, quando a cidade estava no seu apogeu. Esse ideal, da perfeição física, causou distúrbios que influenciaram no espaço urbano, na política e nas relações entre homens e mulheres.
Roma é a próxima parada, quando Adriano é o imperador e está concluindo a construção do Panteão. Os romanos pagãos eram submissos à visão, o que anestesiava seus outros sentidos. Eles acreditavam firmemente na geometria do corpo, isso era traduzido na concepção urbanística da cidade e na forma como o imperador governava.
Mais tarde, quando Constantino, primeiro imperador romano convertido ao cristianismo, assume o poder as crenças cristãs sobre o corpo começam a dar forma ao desenho urbano. Observamos isso, durante a idade média e o renascimento, quando o sofrimento físico de Cristo na cruz é o que dá forma aos santuários.
Ainda falando do cristianismo, mas agora em Veneza durante o renascimento, aonde o autor mostra como o povo cristão age com a ameaça de estrangeiros e povos de outras crenças, atraídos para a cidade