Carlos ghosn
Simplicidade e liderança do século XXI
Em entrevista exclusiva, Carlos Ghosn, presidente da Nissan mundial, empresa de US$ 49 bilhões de faturamento e terceira maior montadora do Japão, afirma que o líder deve levar luz aonde está escuro
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Sinopse
m dos aspectos mais fascinantes de sua trajetória profissional é o fato de o sr. ter trabalhado com diferentes culturas. Já atuou na cultura superinformal do
Brasil, na superplanejada cultura norte-americana, em uma cultura variada como a francesa e hoje se encontra na cultura milenar japonesa. Qual a importância dessas experiências? Como trabalhar com esses diferentes grupos?
Acho que você aprende muitas coisas quando tem de trabalhar em culturas tão diferentes como essas.
A primeira delas é o respeito à diferença –algo muito importante no management. E por que isso é tão importante? Primeiro porque, geralmente, o que é diferente enriquece o processo.
A diferença no estilo de administrar entre as culturas gera inovação no management.
O segundo ponto é aprender a ouvir. Isso porque, para poder respeitar as diferenças, você deve ter no mínimo a capacidade de ouvir, de dar atenção a seu ambiente humano e também às diversas atividades profissionais. E a capacidade de ouvir e não apenas falar, de saber receber é algo que se aprende naturalmente quando se passa por culturas diversas.
O terceiro ponto é adaptar à cultura local a forma de inspirar os funcionários para que compartilhem estratégias da empresa e também a maneira de se comunicar com eles.
Em 2001, os executivos brasileiros ouviram falar muito de um nome até então pouco conhecido: Carlos Ghosn (pronuncia-se “gôn”). Vice-presidente de operações da montadora francesa Renault, ele assumiu a presidência mundial da japonesa Nissan quando a Renault adquiriu 36,8% do capital desta e tornou-se o único brasileiro a ocupar cargo tão alto na hierarquia da poderosa indústria automobilística mundial. Em