Capítulo I
O conceito de alfabetização vem mudando radicalmente nas ultimas décadas.
Durante muito tempo acreditou-se que uma pessoa estava alfabetizada quando sabia ler e escrever, ainda que num nível bem rudimentar. Foi essa concepção que orientou a maioria das campanhas de alfabetização em todo o mundo, principalmente no Brasil.
Acreditava-se que ensinando os princípios básicos da codificação dos sons em letras que os jovens e adultos já estavam aptos a empregar esse conhecimento em proveito próprio.
Essa concepção levou a maioria das campanhas de alfabetização de jovens e adultos ao fracasso .
Encerrada a campanha os jovens e adultos retornavam as suas vidas cotidianas num ambiente em que a linguagem escrita estava praticamente ausente, e acabavam por esquecer o que tinha aprendido, ocorria o fenômeno conhecido como regressão ao analfabetismo.
Atualmente, a compreensão desses conceitos não abrange só a leitura de palavras, mas também a leitura de mundo, mundo esse caracterizado por “um consumismo desenfreado, que tem como objetivo modela e uniformizar padrões de comportamento e consumismo ”.
É consenso geral na sociedade do conhecimento que o ato de ler, entender, interpretar, traduzir, decifrar, decodificar, compreender é tema de fundamental relevância e, divido sua complexidade, de interesse de todos, pois perpassa toas as disciplinas e áreas.
Para passar da condição de analfabeto para a condição de alfabetizado, a pessoa precisa transformar em alguma medida sua condição, incorporando a linguagem escrita em sua vida.
Essa concepção mais abrangente de analfabetismo sugere uma revisão dos objetivos da alfabetização de adultos.
A meta não é simplesmente ensinar o “bê-á-bá” ou a decodificação das letras, mas também ensinar para que serve a linguagem escrita e como podemos usá-la .
Nessa perspectiva, o processo de alfabetização deve compreender não apenas a memorização das relações entre as letras e os sons, mas também a vivencia da