Capítulo 1 Didática - Gasparin
No referido texto, Gasparin traça um percurso teórico que parte de reflexões filosóficas - acerca do trabalho inicial do educador - em direção a uma esquematização prática de como introduzir o objeto de conhecimento na realidade dos educandos.
O autor inicia seu texto trazendo uma citação de Vasconcellos (1993) que defende que o início do trabalho de um educador é tornar o objeto em questão - que é até então naturalizado pelo sujeito -, objeto de conhecimento. É neste sentido que percorre sua linha de pensamento.
Nesse trajeto, faz-se necessário entender a dimensão do conceito de prática social que o autor aborda. Para ele, esta prática não se resume à experiência individual do aluno em relação ao conteúdo, mas compreende também os contingentes sociais de seu grupo de pertença, bem como a posição sociopolítica a que este está submetido, sendo, portanto, “uma prática próxima e remota ao mesmo tempo” (GASPARIN, 2005, p. 22).
Sabendo-se disso, o docente deve procurar conhecer a prática social dos alunos, seja ela imediata ou decorrente de suas relações sociais como um todo, para então agir de forma a sensibilizá-los e desafiá-los, fazendo-os perceberem a relação entre o conteúdo e sua experiência de vida. Buscar conhecer a realidade e os interesses dos alunos contribui para uma aproximação do conteúdo com as preocupações dos alunos, bem como para a construção de um ambiente de aprendizagem significativa.
Deve-se considerar que professor e alunos encontram-se em níveis diferentes de compreensão de uma mesma prática social. Os alunos possuem uma visão sincrética e caótica; enquanto o professor já possui uma visão de totalidade (em relação a todo o percurso a ser trabalhado). É, pois, papel do professor mediar a relação do aluno com o objeto de conhecimento, de modo a aprofundar as suas dos alunos, retificá-las, esclarecer suas contradições e reconceituar termos usados