JEAN AMÓS COMENIUS E OS PRINCIPIOS DA EDUCAÇÃO UNIVERSAL
Mariza de Oliveira Pinheiro/DAV/CCTA1
Carlos Alberto de Jesus/IFS2
Ao estudarmos e discutirmos a obra de Jean Amós Comenius, identificamos muitas semelhanças estruturais entre a escola de hoje e o sistema educacional proposto pelo pensador. Esta constatação nos instigou a aprofundar estes paralelos, entre algumas situações que vivenciamos em nossa prática pedagógica na escola de ensino médio, e até mesmo, na universidade, ou seja, nos atuais sistemas educacionais do Brasil. Para esse diálogo utilizaremos a obra Pampaedia, em seu capítulo, que trata da Pandidascália, e fragmentos da obra Didáctica Magna, também do mesmo autor. 1. O que é Pandidascália?
Pandisdascália é parte da obra intitulada Pampaedia, ou Educação Universal, de Comenius, que, por sua vez, se constitui em parte de uma obra maior: Deliberação Universal acerca da reforma das coisas humanas. Foi escrita em 1645, quando o autor estava no exílio, em Amsterdã e já havia vivenciado a desagregação política e cultural da Boêmia, sua terra natal. A Pampaedia, ou Educação universal, ocupa o lugar central na deliberação, enquanto instrumento básico da Reforma Universal. A obra sistematiza um ideal de instrução universal, não apenas ligado à escola, como na obra Didática Magna, mas um princípio de formação para toda a vida, inclusive a vida eterna. Nesta obra, estão contidas a filosofia, a pedagogia e a teologia de Comenius que segundo Gasparin (1994, p 95), “É um centro que ilumina retroativamente todas as suas demais obras”. No capítulo da Pandidascália, Comenius apresenta os requisitos necessários para um verdadeiro Pandidáscalo, ou seja, o professor capaz de promover uma educação universal, que prepara o aluno para lidar com as coisas da natureza, da vida e com a morte. A ideia central do capítulo é a apresentação de vinte e cinco problemas, que podemos chamá-los, de princípios norteadores da Didática comeniana, para o ensino