Os Capitães da Areia é um grupo de jovens criminosos que vivem em um antigo trapiche em uma praia do litoral baiano. Para conseguirem sobreviver, vivem a base de roubo e não possuem orientação educacional. Os indivíduos do grupo são marginalizados pela sua origem e condição social, ou seja, por serem pobres e, na maioria dos casos, órfãos. Como geralmente nunca foram orientados pelas suas famílias, não possuem perspectiva de futuro nem condição para ocupar um lugar na sociedade. O chefe do grupo Pedro Bala integrou-se aos Capitães da Areia com cinco anos, no momento em que se tornou órfão. Nunca soube quem era sua mãe, e seu pai, o Loiro, morreu com um tiro ao lutar pela liberdade na greve das docas. Bala era considerado mais autoritário, ativo e organizado que o antigo chefe dos capitães, Caboclo Raimundo. Após lutar desarmado contra seu comandante para defender outro integrante do grupo, Pedro conquistou o apoio dos outros jovens e acabou por assumir a liderança dos Capitães da Areia. Pedro Bala, como líder do trapiche, conseguiu com base na sua autoridade manter a organização social dos Capitães da Areia, evitando assim, desavenças entre os seus integrantes. Também tinha a função de planejar os assaltos, especificando e delimitando o papel de cada jovem no crime. Porém, Bala só conseguia criar os melhores planos quando consultava João José, o qual foi apelidado de Professor. O Professor era o único entre os capitães que lia correntemente, o que despertou sua imaginação. Além disso, ao contar histórias heroicas, ele acabou por obter o apoio e confiança do grupo. Como dito anteriormente, os Capitães da Areia viviam em um antigo trapiche no areal do cais do porto. Este trapiche não possuía mais teto e a porta monumental havia sido roída por ratos. O chão era de tábua grossa e os garotos dividiam o espaço com outros animais, como cachorros. Cada um do grupo tinha uma área específica, como por exemplo, a de João Grande que era atrás da porta, junto a sua faca;