capitaes da areia
Jornalista e romancista, Jorge Amado nasceu na cidade de
Itabuna, na Bahia, em 1912. Filho do Coronel João Amado de
Faria e de D. Eulália Leal Amado, passou a infância em Ilhéus.
Cursou o secundário em Salvador, e viveu a adolescência no mesmo lugar, onde teve os primeiros contatos com a vida popular, que marcaria profundamente a sua obra.
Estreou na literatura em 1930, com a publicação da novela Lenita, escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Foi traduzido para 48 idiomas e dialetos. Teve também romances adaptados para o cinema, o teatro, o rádio e a televisão.
ENREDO
Tendo como cenário as ruas e as areias das praias de Salvador, Capitães da Areia trata da vida de crianças sem família que viviam em um velho armazém abandonado no cais do porto. Os motivos que as uniram eram os mais variados: ficaram órfãs, foram abandonadas, ou fugiram dos abusos e maus tratos recebidos em casa.
CONTEXTO HISTÓRICO
A obra, escrita na década de 1930, tem relação com o colapso econômico do Brasil após a queda da Bolsa de Nova York. Foi quando o Brasil viveu a
Revolução de 30, reflexo da revolta de jovens militares, da população de classe média, do proletariado urbano e das oligarquias nordestinas e sulistas
FOCO NARRATIVO
O romance é narrado em terceira pessoa, por um narrador onisciente. Essa característica narrativa possibilita que seja cumprida uma tarefa facilmente notada pelo leitor: mostrar o outro lado dos Capitães da Areia. O narrador, ao penetrar na mente dos garotos, apresenta não apenas as atitudes que a vida bestializada os obriga a tomar, mas também as aspirações, os pensamentos ingênuos e puros, comuns a qualquer criança. O narrador não se esforça por ser imparcial; participa com seus comentários, muitas vezes sutis, mas sempre favoráveis aos
Capitães da Areia.
ESPAÇO
A narrativa se desenrola no Trapiche (hoje Solar do
Unhão e o Museu de Arte Moderna); no Terreiro de
Jesus (na época era lugar de destaque comercial de