Capitães da Areia

Pequeno ensaio do livro Capitães de Areia
A falta de oportunidades e a carência dos Capitães de Areia.
O livro Capitães da areia, um romance de Jorge Amado, sobre a infância abandonada. Conta uma comovente história dos meninos pobres que moram num trapiche abandonado, sem oportunidade alguma, e como formas de sustento vivem batendo carteiras, praticando golpes, realizando furtos.
Logo no primeiro capitulo “Crianças Ladronas”, mostra como os pobres meninos viviam. Crianças que, naturalmente, devido ao desprezo dado á sua educação por pais pouco servidos de sentimentos cristãos, se entregaram no verdor dos anos á uma vida criminosa e por isso buscam os Capitães da areia como forma de refúgio.
No capítulo “Noite dos Capitães da Areia”, podemos ter como exemplo o integrante do bando, o Sem Pernas, um garoto que era coxo de uma das pernas, e que tinha como costume, burlar seus amigos, como forma de fugir da sua desgraça.
“ [...] O Sem-Pernas ficou parado, olhando. Pirulito não se movia. Apenas seus lábios tinham um lento movimento. O Sem-Pernas costumava burlar dele, como de todos os demais do grupo, mesmo de Professor, de quem gostava, mesmo de Pedro Bala, a quem respeitava. Logo que um novato entrava para os Capitães da Areia formava uma ideia ruim de Sem-Pernas. Porque ele logo botava um apelido, ria de um gesto, de uma frase do novato. Ridicularizava tudo, era dos que mais brigavam. Tinha mesmo fama de malvado. Umas vez fez tremendas crueldades com um gato que estrara no trapiche. E um dia cortara um frango assado. Um dia em que teve um abscesso na perna o rasgou friamente a canivete e na vista de todos o espremeu rindo. Muitos do grupo não gostavam dele, mas aqueles que passavam por cima de tudo e se faziam seus amigos diziam que ele era um “sujeito bom”. No mais fundo do seu coração ele tinha pena da desgraça de todos. E rindo, ridicularizando, era que fugia da sua desgraça. Era como um remédio. [...]”
Neste capitulo podemos ver que, apesar dos