Capitalismo Tardio
O estágio de desenvolvimento contemporâneo do capitalismo caracteriza-se pelo fortalecimento sem precedentes da contratendência à tendência fundamental de expansão da produção de mercadorias, o próprio motor do desenvolvimento capitalista. O estágio contemporâneo, ou simplesmente capitalismo contemporâneo, se designa frequentemente também por capitalismo tardio.
Em seu primeiro estágio de desenvolvimento, o assalariamento da força de trabalho, primeiro incipiente, foi se extendendo, mediante o paulatina eliminação das terras comunais ('cercamentos') e sua transformação em propriedade. Por isso esse estágio é denominado estágio extensivo.
Quando o estágio de desenvolvimento extensivo se esgota, não havendo mais espaço para a extensão da produção de mercadorias, o capitalismo entra em seu estágio intensivo. →No estágio intensivo a expansão da produção de mercadorias se restringe ao aumento da produtividade do trabalho, que por sua vez depende do progresso das técnicas de produção e a elevação do nível de subsistência da força de trabalho, necessária para permitir a operação das técnicas de produção crescentemente complexas.
No estágio intensivo o antagonismo à base da dialética do Estado e o mercado se desenvolve com força e a tendência à generalização da forma-mercadoria é sobrepujada pela contratendência de expansão do Estado (Figura ao lado).
O encolhimento do âmbito do mercado torna-se crítico a partir da exaustão do 'boom' de reconstrução pós-guerra, pelos meados da década de 1960. A saturação do estágio intensivo com o desenvolvimento das técnicas de produção (e crescente automação), dando lugar a uma crise de superprodução. Esse é o estágio contemporâneo, ou capitalismo tardio.
Na verdade, o estágio tardio é simplesmente uma denominação que se refere à crise decorrente da saturação da segunda e mais desenvolvida fase do capitalismo, o estágio intensivo. A