Capital social e cooperativismo

Neila Rockenbach Xavier

A COOPERAÇÃO COMO POSSIBILIDADE AO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

O desenvolvimento econômico de uma região pressupõe, além de um crescimento sustentado, a melhoria no padrão de vida da população num determinado período (BRUE, 2005). Diversos fatores podem contribuir para que ocorra ou não um desenvolvimento, dentre eles o comportamento da sociedade frente a questões sociais, econômicas e políticas. A sociedade ao mobilizar-se em torno de projetos comuns, e institucionalmente organizada através de normas ou de redes sociais, forma um capital social (MORAES, 2008) importante para erigir políticas e estratégias que suportarão decisões coletivas que congregarão de forma sistemática interesses individuais coincidentes.

A organização social prescinde de mecanismos democráticos para gerar oportunidades de envolvimento de pessoas na vida social, econômica e política de uma região (MORAES, 2008). Por meio da cooperação, seja esta institucionalizada por meio de um ente juridicamente constituído, ou pela simples união de interesses individuais com negócios particulares, mas com objetivos semelhantes, é possível traçar caminhos que devam ser percorridos para que se consiga formar uma base sustentável a estratégias que permitirão ganhos individuais por meio de ações mobilizatórias coletivas.

Essa cooperação, todavia, é dependente de uma organização democrática - única forma política que considera o conflito legítimo e legal -, no qual todos os agentes envolvidos têm o direito de participar das discussões, votando, sendo votado, aprovando e revogando decisões (CHAUI, 2002). Esse envolvimento coletivo e democrático também representa importante inspiração à inovação. Segundo Schumpeter (1982, p. 61) “a oposição social age, em certas circunstâncias e sobre muitos indivíduos, como um estímulo” mudando princípios e incitando-os a buscarem meios de evoluírem competitivamente criando algo novo a partir de condições pré-existentes e de intuições