capitaes da areia
No plano político, o autoritarismo é entendido como uma oposição `a democracia liberal. Um regime autoritário não respeita os direitos `as liberdades individuais e a separação dos poderes. Sob um regime autoritário, o Poder Executivo não sofre limitações `a sua ação.
Após o Golpe de 30, a intelectualidade brasileira defendia uma medida concreta para pôr fim ao poder oligárquico e possibilitar o surgimento de novas bases nacionais mais favoráveis à democratização e ao desenvolvimento do país.
De um lado, a Ação Integralista Brasileira — que apostava no autoritarismo e no nacionalismo militarista — desejava a radicalização e a militarização total do golpe de 30.
De outro lado, as chamadas Forças Democráticas Populares — organizadas em torno da Aliança Nacional Libertadora, do Partido Comunista e de Luís Carlos Prestes — exigiam mudanças nas estruturas políticas e econômicas do Brasil, tendo em mente a realização de ideais socialistas.
Era exatamente deste lado esquerdo que se colocava Jorge Amado junto com outros intelectuais e também operários, estudantes, a classe média urbana, e militares de baixa patente.
Esse “perigo” vermelho, acabou incentivando uma aliança entre o Governo, a Burguesia Urbana, a Oligarquia e parte da Classe Média, em torno de princípios integralistas ou fascistas, aliança que acabou resultando no Golpe de 1937 e na instauração de um Estado de exceção no Brasil — o Estado Novo.
Pois foi exatamente no ano da radicalização ditatorial da Era Vargas (1937), que Jorge Amado publicou Capitães da Areia, narrativa notadamente engajada nas perspectivas ideológicas do perigo vermelho, já que denunciava de maneira panfletária — romântica e, paradoxalmente, socialista e realista — o problema dos menores abandonados e dos menores infratores que povoavam as ruas de Salvador e de outras praças brasileiras, dando margem ainda às figurações e às discussões em torno de movimentos grevistas de trabalhadores, em torno dos