CAP TULO 3

CAPÍTULO 3 – A POSIÇÃO DOS CRISTÃOS NOVOS NA SOCIEDADE BAIANA

Pág. 57: O mundo novo, o desconhecido, o lugar de degredo do século XVI já começa a tornar-se uma terra de Promissão. Os cristãos-novos chegam pouco a pouco, continuando um movimento migratório iniciado em princípios do século XVI, e que a partir da segunda metade se tornou mais intenso. Pág. 57: Os cristãos-novos que encontramos na Bahia, no século XVII...são homens nascidos após mais de um século do desmoronamento das Comunas judaicas portuguesas, crescidos e educados em uma atmosfera cultural totalmente diversa da que respiraram seus antepassados. Pág. 58: [Na Colônia brasileira] a largueza de critérios empregados, tanto na aplicação da legislação oficial como nos meios de confrontar os problemas mais complexos, surtiu efeito práticos favorecendo as relações humanas. De um lado, as autoridades e a massa da população cristã velha descuidaram-se das numerosas proibições e tabus, de outro, os cristãos novos deixaram-se envolver com maior docilidade pelo processo assimilatório. Pág. 58: Os cristãos-velhos misturando-se com os novos e afrouxando o dogmatismo de sua fé, os cristãos novos mantendo com extrema vivacidade seu espírito de crítica e sua desconfiança em matéria relacionada com a Igreja. Pág. 58: Os cristãos-novos no Brasil apresenta algumas características expressamente interessantes e que o distinguem nitidamente dos cristãos-novos que emigraram para os países do norte da Europa ou para o Levante. Miscigenou-se com a população nativa, criou raízes profundas na nova terra, integrando-se plenamente na organização social e política local. Essa organização, ao mesmo tempo que permitiu a integração e acomodação do cristão novo, sofreu reciprocamente, deste, profunda influência. Simultaneamente com a integração percebemos outro fenômeno, consequência da discriminação legal, continuamente ventilada: o cristão-novo manteve vivo