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A geografia não pode ignorar a dimensão temporal do espaço urbano. Assim sendo, pretendemos discutir um tema que é ainda subutilizado nos estudos da Geografia Urbana, a Geografia Histórica.
Atualmente, vivemos um momento de mudança onde a instantaneidade das informações permite a homogeneização dos lugares. Neste sentido, visando a sua sobrevivência, a sociedade busca singularidades que possam identificar os lugares, e o passado é uma das dimensões mais importantes da singularidade, materializado na paisagem (ABREU, 1998).
Sendo assim, este artigo propõe mostrar como o uso da Geografia Histórica pode contribuir para o melhor entendimento das formas atuais do espaço urbano de um modo geral, e de suas partes, analisadas na escala do bairro.
Dentre os vários campos da ciência geográfica, a geografia histórica que tem como proposta explicar geografias passadas, é um dos mais polêmicos.
A esse respeito Karl Ritter[3] afirma que “A ciência geográfica não pode desprezar o elemento histórico, se pretende ser verdadeiramente um estudo do território e não uma obra abstrata, uma moldura através da qual se veja o espaço vazio...”.
Santos (1992), Harvey (1996), Abreu (1998) e Magnoli (1999) nos mostram a importância da dimensão temporal no estudo da organização espacial, apesar da histórica negligência por parte dos geógrafos.
Desta forma, o novo está condicionado pelo anterior, conforme podemos observar na citação de Santos (1992): “Alguns elementos cedem lugar, completa ou parcialmente, a outros da mesma classe, porém mais modernos; outros elementos resistem à modernização; em muitos casos, elementos de diferentes períodos coexistem. Alguns