Cap. 4

Capítulo 4

Os primeiros ano da República coincidem com o final do século XIX. Na Europa e nos Estados Unidos, o período se caracterizou por mudanças profundas e violentas, causadas pela revolução técnica e crescimento da industrialização. Regiões distantes do globo se comunicavam através do telégrafo; o telefone facilita os contatos humanos; realizam-se com êxito os experimentos cinematográficos; a imprensa se transforma em empresa capitalista; a propaganda estimula o consumo; aparecem os primeiros automóveis, mudando as estruturas urbanas; por fim, o homem inicia a grande aventura pela conquista do espaço, com dirigíveis e os primeiros aeroplanos. O crescimento de nações industrializadas como a Inglaterra, os Estados Unidos, a França e a Alemanha coloca em evidência o atraso do Brasil, já transformado em país monoprodutor de café. Entretanto, a estrutura brasileira se transformou a partir da abolição da escravatura. A imigração, estimulada para suprir a mão-de-obra escrava, deslocou enormes contingentes europeus para o Brasil. Essa massa humana dirige-se sobretudo para os Estados do Sul, atraídos pela economia cafeeira, e para Amazônia, atraídos pela economia da borracha. Assim, São Paulo se torna aos poucos a capital econômica. Mesmo desequilibrada, a demografia brasileira cresceu muito entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX e com ela a urbanização, a industrialização e, por consequência, a classe média urbana e o proletariado. Até 1922 a imprensa continuou a dominar como único meio de comunicação de massa. Tinha tanta importância, que um dos primeiros atos da Repúlbica foi estabelecer a censura, conforme os decretos de 23 de dezembro de 1889 e de 28 de março de 1890. Apesar de a Constituição de 1981 assegurar a liberdade de imprensa, os mecanismos de controle sempre a cercaram. No início da República o quadro da imprensa brasileira não se modifica muito, mas aos poucos, o que vai se configurando, no início do século XX, é a