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[15] A resposta de Hume tem uma parte negativa e outra positiva. Nesta seção limita-se a afirmar, negativamente, que “mesmo após havermos tido a experiência das operações de causa e efeito [pela observação da conjunção constante dos fenômenos], nossas conclusões a partir dessa experiência não se fundam em raciocínios, ou qualquer processo do entendimento.”
[16] Hume começa notando a grande limitação de nosso conhecimento dos “segredos” da Natureza. Ela nos fornece “apenas o conhecimento de umas poucas qualidades superficiais dos objetos, ocultando-nos os poderes e princípios dos quais a influência desses objetos depende inteiramente.” “Não obstante essa ignorância dos poderes e princípios naturais, sempre presumimos, quando vemos qualidades sensíveis semelhantes, que terão poderes secretos semelhantes, e esperamos que serão seguidas de efeitos semelhantes aos que já experimentamos... Agora este é um processo da mente ou pensamento cujos fundamentos gostaria muito de conhecer. Todos concordam que não há conexão conhecida entre as qualidades sensíveis e os poderes secretos; e que, por conseqüência, a mente não é levada a formar conclusões acerca de sua conjunção constante e regular a partir de nada que se saiba de sua natureza. Quanto à experiência passada, pode-se conceder que dá informação direta e certa apenas e precisamente dos objetos e períodos de tempo que caíram sob sua cognição: Mas por que tal experiência deva se estender a tempos futuros e outros objetos