Burguesia e povo: entre ideologias pedagógicas e conflitos educativos.
O século XIX segundo Franco Cambi, é caracterizado pelo fortalecimento da burguesia, também é marcado pelo medo burguês do socialismo-comunismo. Foi um século caracterizado por lutas de classes, que investiu a ideologias a políticas e a própria cultura além da economia e da vida social. Isso produziu também uma ideologia mais radical da pedagogia e da educação, que foi a peça fundamental do projeto político e da própria gestão do poder.
Na Europa e na América do Norte, com apêndices na Ásia e na América do Sul Cambi relata o surgimento de um processo de mobilização social que tornou mais articulado o perfil das burguesias, desenvolvendo seus diversos grupos, desde o empresarial e das profissões liberais até o comercial e o burocrático dos altos cargos executivos. Apesar de alguns aspectos semelhantes do estilo de vida,A burguesia também não revela nada homogêneo no seu interior: dividido entre artesanato e indústria, entre cidade e o campo, entre norte e sul, entre o povo e a peble, entre proletariado e subproletariado. O povo por sua vez se apresenta ainda mais heterogêneo do que os grupos burgueses, divididos entre a consciência ou não da sua própria exploração e da possibilidade ou não de uma solução.
Ao norte, a oeste e as áreas urbanas da Europa o autor diz que tanto o povo quanto a burguesia era mais articulado, enquanto o sul, a leste e nas áreas agrícolas, a situação social apresentava-se mais firme , embora com muitas fermentações. Na segunda metade do século, estas oposições irão se clareando com afirmação do socialismo.
Para Cambi a burguesia queria perpetuar o próprio domínio técnico e sócio político, mediante a formação de figuras profissionais capazes e impregnadas de “espírito burguês de desejo e ordem e de espírito produtivo, já o povo queria uma emancipação das classes inferiores mediante a difusão da educação, isto é, mediante a libertação da mente e da