Brasil de Colónia a império
Maria Lúcia A. Aranha
Período Joanino (1808 – 1821)
Desde a expulsão dos jesuítas em 1759 até a transferência da corte portuguesa para o Brasil, a educação da colônia passou por um período de desagregação e decadência. Em 1808, devido à invasão francesa e aos desentendimentos com Napoleão Bonaparte, D.João VI se muda para o Brasil com toda a Corte. Essa mudança representou para a Colônia grandes avanços na cultura e na educação. Para atender à elite que chegara junto com a família real, D. João VI criou novos cursos, instituições culturais e educacionais e ampliou o número de vagas nos cursos que já existiam. A fundação de várias instituições culturais deu novo impulso à educação: a Imprensa Régia, a Biblioteca Nacional e um museu, e, sobretudo, as escolas de ensino superior, a Escola Naval, a Escola Militar, cursos de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia, e nesta última cursos de agricultura, química e desenho técnico. Essas escolas rompiam com a tradição de ensino excessivamente literário, vigente na época dos jesuítas. Ficaram, porém, circunscritas quase exclusivamente ao Rio de Janeiro e à Bahia. O resto da colônia continuava mergulhado no mesmo atraso. Esse período foi um dos mais importantes na evolução cultural do Brasil, pois nele foram lançadas as bases de notáveis instituições culturais.
As medidas criadas por D João VI, propiciou a possibilidade de se construir no país uma educação formalizada, com a concentração de estudos específicos, direcionados a formação especializada. Foi desta forma que D João introduziu as aulas de medicina, para formar médicos, que eram raros na colônia; desenvolveram-se estudos técnicos dirigidos as artes, dando origem a Escola de Belas Artes, fundada por Debret em 1816 e concluída as suas instalações em 1826, passando a se chamar Academia Imperial de Belas Artes.
Em síntese, a administração escolar joanina se limitou ao atendimento dos interesses do governo, criando os cursos superiores