Bourdieu

Após uma crise nos anos 60 da concepção otimista que se tinha sobre a escolarização, Pierre Bourdieu formulou uma reposta original e abrangente para uma problemática escolar, a desigualdade, que tornou-se um marco na história. A teoria de Bourdieu ia contra a visão da época, que via o processo de escolarização como a solução para a maioria dos problemas sociais, visando uma sociedade mais justa, moderna e democrática, onde teria mais igualdade e os indivíduos se destacariam por seus dons. Depois de uma série de pesquisas patrocinadas pelo governo americano e francês, ficou claro que o desempenho escolar não dependia apenas dos dons individuais, e era inegável a influência causada pela origem social e econômica do aluno.

A massificação do ensino causou descontentamento dos estudantes, pois desvalorizava os certificados escolares, causando déficit no retorno econômico. A decepção dessa "geração enganada", segundo Bourdieu, alimentou uma critica feroz ao sistema educacional, contribuindo para eclosão social de um amplo movimento de constatação social. A frustração dos jovens contribuiu para novas teses do sociólogo, que acreditava que a educação perde o papel de instância transformadora das sociedades, passa a ser vista como uma instituição por meio da qual se mantêm e se legitimam os privilégios sociais. Para ele, a escola não era uma instituição imparcial, pois cobra uma postura e valores, certo posicionamento diante de determinadas situações, mas que teria um papel fundamental no processo social com relação as desigualdades, ainda mais quando defende que a única diferença existente entre os alunos eram seus dons individuais.
Bourdieu defendia a tese onde os alunos que traziam uma bagagem social e cultural diferenciada seriam colocados em uma condição mais favorável diante das exigências escolares. O individuo se caracteriza pela sua bagagem socialmente herdada (o capital econômico e o capital social), definidos pela influência familiar (bagagem familiar) que