Bolivianos trabalhando na moda
É impossível restringir o fluxo migratório vindo da Bolívia. Os 3,4 mil km de fronteira impossibilitam a contenção de migrantes que fogem desesperadamente de um país que tem os piores indicadores sociais de toda a América do Sul. De acordo com o relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), realizado pela ONU, a Bolívia ocupa a posição número 104, num total de 162 países. O Brasil, por exemplo, situa-se na 69º colocação. É por causa deste contexto miserável que muitos bolivianos se sujeitam a condições sub-humanas de trabalho em São Paulo. "Pelo menos existe emprego", explica René (Bolivano 32 anos, em São Paulo há 8).
A chegada sistemática dos bolivianos teve início nos anos 50. Porém, o motivo era bem diferente do atual. Muitos vinham para estudar e conseguir especialização. A partir da década de 80, a situação mudou: Para tentar a sorte no Brasil, os bolivianos usam diversas entradas, ultrapassam clandestinamente a fronteira em pontos como Guajará-Mirim (RO) e Cáceres (MT). Outra via de acesso comum é Corumbá (MS), por