Biodiversidade pteridófitas
PTERIDÓFITAS
Iva Carneiro Leão Barros Augusto César Pessôa Santiago Anna Flora de Novaes Pereira Márcio Roberto Pietrobom
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INTRODUÇÃO
As pteridófitas (samambaias, avencas e plantas afins), do ponto de vista evolutivo, constituem um grupo bastante importante por serem as primeiras plantas terrestres a apresentarem tecido dotado de vasos condutores: o xilema e o floema. O ciclo de vida das pteridófitas é caracterizado por uma marcada alternância de gerações, com uma geração gametofítica haplóide e outra esporofítica diplóide. Sendo esta última a fase dominante representada normalmente por plantas com raízes verdadeiras, caule do tipo rizoma e folhas denominadas frondes (Barros et al. 2002). Por serem plantas sem flores, formam esporângios (estruturas de reprodução), por vezes reunidos em soros, nas folhas ou em folhas modificadas. Os orgãos sexuais aparecem em pequenas plantas taliformes, cordiformes, peltadas, palmadas, clorofiladas, ou mesmo aclorofiladas e subterrâneas, ditas prótalos ou gametófitos. Estes gametófitos são procedentes dos esporos formados pelas plantas verdes normais, que tanto encontramos na natureza. A importância ecológica desse grupo é incalculável, porém pouco valorizada. Estas plantas desempenham um importante papel na manutenção da umidade no interior da floresta, absorvendo água pelas raízes densas e distribuindo-a gradualmente ao solo e ar. Isto favorece o desenvolvimento da microfauna e microflora do substrato, extremamente necessárias ao equilíbrio ecológico do ambiente (Brade 1940, Smith 1972). Algumas samambaias, principalmente arbóreas, são um bom exemplo da interação com outros organismos, uma vez que, sobre seus caules, podem ser encontradas várias espécies de outras plantas, como por exemplo briófitas, outras espécies de pteridófitas ou orquidáceas, além de numerosos e pequenos animais, como formigas e fungos macro e microscópicos. Algumas espécies também podem ser indicadoras do tipo de solo e de ambientes