Belo e Feio
“verdades” históricas. Uma delas, baseada em suas experimentações, sobretudo na eugenia, pode ter sido as classificações do que se considera beleza e feiura em uma experimentação estética.
O belo e o feio como uma experiência estética sempre existiu. Desde a antiguidade o belo é sinônimo de perfeição, o feio aquilo que causa repulsa aos sentidos. A feiura é uma inscrição que ao ser imposta a determinado objeto o marca de modo negativo. No entanto o belo e o feio são conceitos que podem ser comparados àquilo que Vilém Flusser (1920-1991) considerou como substâncias que permanecem “in illo tempore2
”.
Na eternidade que lhe cabe, Deus e a natureza são belos, as formas geográficas são harmônicas, belas e perfeitas como pensadas por Pitágoras3
.
Não foi à toa que Rene Descartes (1596-1650) em seu Discurso sobre o
Método (2001) discorreu sobre a ideia de que somente o circulo, enquanto pensamento pode ser dotado de perfeição, na medida em que todos os pontos estão equidistantes do centro e continuamente ligados. O circulo, em sua representação, é harmonioso e perfeito porque existe no plano das ideias. No entanto, a feiura não é apenas o contrário da beleza, ela é uma força que se opõe à beleza. A feiura é a forma contraria do que se deseja como belo, algo que se opõe em nível de discurso a natureza que potencialmente é bela.
O demônio é feio, os monstros são feios, o homem mal é feio. A feiura é aquilo que esta na forma concreta, naquilo que se pode apontar como feio e descrevê-lo como tal. A feiura habita a matéria, a beleza é potencialidade na natureza e existe independentemente da forma que a reveste.
Parece obvio que o belo e o feio tenham, na contemporaneidade uma relação antitética. Principalmente quando se considera a Grécia e Roma como as civilizações que nos deixaram seus padrões para pensarmos uma estética que se aplique a arte e