Bancos indígenas

Relatório dos textos: Bancos Indígenas – Entre a função e o rito e Bancos Indígenas da Amazônia – Pontes entre mundos (Adélia Borges)
Museu da Casa Brasileira.

O banquinho de madeira talhados fazem parte das tradições indígenas amazônicos e não possuem somente função de mobília. É comum terem valor social, diferenciando os indivíduos da comunidade por sexo, idade a hierarquia. O tamanho (em quase todos os povos que o fabricam) está relacionado à idade dos homens e ao seu prestígio xamânico.
Alguns xamãs utilizam o banco para transformarem simbolicamente em outros seres. Também podem ter função mítica, podendo ser considerados mágicos.
Os povos pré-colombianos da Amazônia em geral tinham em comum os bancos, como algum importante em sua cultura e essa tradição parece ser muito antiga, tendo no mínimo 4000 anos. Os bancos arqueológicos encontrados são quase sempre individuais e feitos de pedra ou cerâmica, pois os de madeira são perecíveis ao clima tropical. Alguns parecem verdadeiros tronos em pedra esculpida, mas também existem pequenos bancos em cerâmica.
Tribos muito diferentes entre si - como exemplo da cultura Mantenã da Costa do Equador e culturas pré-incas do Peru, ou mesmo de tribos amazônicas – possuem em comum essa cultura dos bancos e tudo indica que essa função hierárquica dos bancos tenha um passado comum.
Betty Meggers que identificou bancos em Marajó acreditava que a elaborada cerâmica marajoara era resultado de migração de povos vindos dos Andes para Marajó, antes da colonização européia. Esse tipo de cerâmica seria uma evidência da origem não amazônica dos povos que as criaram, embora hoje essa teoria seja questionável.
O possível florescimento que ocorreu nas regiões do Rio Amazonas resultou em uma enorme variedade de estilos de arte, como o Aristé, Aruã, Guarita, Kondurí, Santarém, Maracá, Marajoara, Manacupuru, etc. O estilo Marajó desapareceu antes da chegada dos colonizadores, embora possivelmente tenha sido uma das primeiras a