Avaliação escolar: além da meritocracia e do fracasso
Marli Eliza Dalmazo Afonso de André
Fichamento feito por: Eliana Sardinha da Silva
O poder da avaliação
Perrenoud cita a instituição escolar, assim como outras, definindo-a como um local no qual ensejam normas de comparações entre os sujeitos e hierarquias. Isso leva o surgimento do destaque de alguns sujeitos em detrimento de outros, principalmente quando se aplicam as mesmas tarefas em condições similares. O que evidência o quanto a escola ainda traz critérios tradicionais e valoriza a competência, onde os professores reproduzem muitas vezes um modelo aristocrático de forma ingênua ou por falta de esclarecimento.
Mesmo que o professor não queira, dificilmente conseguirá desenvolver seu trabalho sem impor um juízo de valor. Segundo Perrenoud, mesmo que a escola não apresente avaliações formais e o professor se abstenha de qualquer juízo, isso não significa que os alunos deixaram de estabelecer hierarquias informais.
Perrenoud insiste na “fabricação” da excelência escolar para evidenciar que os juízos e hierarquias, como todas as representações, são o resultado de uma construção intelectual, cultural, social.
O termo “fabricação” é destacado para chamar atenção do poder que a escola exerce na construção de uma representação da realidade como se fosse única. Em nenhum momento o juízo da escola aparece como se fosse um dos pontos de vista do aluno.
É importante destacar que as normas escolares e critérios são frutos de uma construção social, mas difundidos como se fossem a única forma possível de conceber a realidade. A partir das quais, são tomadas decisões e definidas ações que afetam o destino social dos indivíduos.
A instituição escolar dota de significado o que entendemos por realidade educativa e, por meio de seus procedimentos, entre os quais a avaliação, a qual dota de conteúdo a ideia excelência escolar e é utilizada como parâmetros para falar o que funciona melhor ou pior,