As categorias de gramisci e a realidade brasileira
Políticas públicas de responsabilização na educação
Vários aspectos nas políticas de responsabilização que estão chegando ao Brasil, mais por imitação e menos por terem fundamento em evidência empírica positiva, merecem atenção se não quisermos embarcar em uma nova década perdida para a educação.
O cenário econômico brasileiro está mudando com sua inclusão entre os países eleitos como plataforma de investimento produtivo direto. Somos o quinto país na preferência internacional por investimento produtivo direto (Investe São Paulo, 2012). Novas demandas no campo da infraestrutura estão em pauta, para alavancar este novo cenário (Arbache, 2011). Entre elas, a questão da educação.
Ao final de 2011, o ministro da Fazendo Guido Mantega incluiu a educação entre as condições de infraestrutura necessárias para que o Brasil pudesse crescer acima de 4,5% ao ano (Mantega, 2011). Também o discurso do atual ministro da Educação, ao tomar posse, revela uma preocupação com o papel da educação tanto para alavancar processos de inovação, como para permitir melhorar a competitividade do Brasil nas disputas internacionais por mercado (Mercadante, 2011).
Novos atores estão se constituindo, entre eles movimentos organizados financiados por empresários, fundações privadas, institutos, organizações não governamentais (ONGs) e até mesmo uma nascente indústria educacional procura firmar-se em meio a este cenário. Tais atores alegam ter soluções mais diretas e objetivas para as questões educacionais do que os educadores profissionais, e isso tem levado a uma disputa de agendas entre estes e os reformadores empresariais da educação.1Para os últimos, a lógica do mercado e seus princípios constituem-se em uma "teoria da organização" que acumula resultados positivos na gerência da iniciativa privada e, portanto, deveriam ser a base das reformas educacionais no Brasil (Senna, 2012).
Os educadores profissionais acompanham este movimento com apreensão, pelo fato de que a educação