aula 06

AULA 6: A TRANSFERÊNCIA Aula passada, vimos que Freud fala pela primeira vez do conceito de transferência em 1905, no Caso Dora.Veremos agora as elaborações de Freud a respeito de tal conceito nos Artigos sobre a técnica (1911-1915 [1914]). No primeiro destes artigos, “A dinâmica da transferência” (1912), Freud conceitua transferência da seguinte forma: Deve-se compreender que cada indivíduo, através da ação combinada de sua disposição inata e das influências sofridas durante os primeiros anos, conseguiu um método específico próprio de conduzir-se na vida erótica – isto é, nas precondições para enamorar-se que estabelece, nas pulsões que satisfaz e nos objetivos que determina a si mesmo no decurso daquela. Isso produz o que se poderia descrever como um clichê estereotípico (ou diversos deles), constantemente repetido – constantemente reimpresso – no decorrer da vida da pessoa, (...) e que decerto não é inteiramente incapaz de mudar, frente a experiências recentes. (p. 111)

Parte desse clichê é inconsciente, mais especificamente, sua maior parte. E no neurótico, essa parte encontra-se aumentada. Desta forma, o indivíduo se aproxima de todos com este clichê. E assim o faz com a figura do analista, que entra na série psíquica do paciente. Essa transferência surge necessariamente na relação analítica e emerge como a resistência mais poderosa. Isso porque, se as associações do paciente faltam, é porque ele está pensando na figura do médico, ou algo a ele vinculado. Também Freud afirma que a transferência é a condição de sucesso de análise. Estas duas vertentes da transferência se farão presentes o tempo todo, em qualquer tratamento. Daí o médico ter sempre que manejar a transferência no sentido de deixar a resistência em níveis que permitem que o processo analítico se dê. Vertente de resistência – precondição do desencadeamento da neurose é a introversão: parte da libido consciente se acha diminuída e parte se dirige para longe da realidade. A libido entrou