Ate que ponto o homem é livre
Segundo o autor ser um individuo não significa que ele seja livre, pois com a forma de individualidade disponível no estágio final da sociedade moderna e na pós – moderna, aliás, comuníssima nesta última, é a da individualidade privatizada, que significa uma antiliberdade.
Alain Ehrenberg em seu penetrante estudo dos caminhos que se oferecem ao indivíduo contemporâneo na luta de escapar à insegurança e incertezas. Ele aponta que em uma inicio de noite em outubro, numa quarta – feira de 1983 foi como um divisor de águas. Naquela noite, Viviane e Michel, um casal comum, que facilmente se confundia na massa urbana, apareceu diante da televisão francesa (e, portanto milhões de telas) e Viviane declarou sobre Michel: “Meu marido sofre de ejaculação precoce”, queixando-se que” nunca tinha prazer com ele”. Esse foi um divisor de águas na França (momentos semelhantes a esse ocorrem em outros países): um importante tabu foi quebrado de uma faz por todas, palavras que nunca poderiam ser ditas, tornaram-se públicas e pronunciáveis, experiências que supostamente deveriam confiar apenas às pessoas mais intimas e queridas, tornaram-se passíveis de confissão pública. Como Jacques Pradel diria dez anos mais tarde, “rompemos com tudo aprendido até então: que as emoções são sinal de fraqueza, que é feio e errado chorar”. “Rompemos os tabus, exploramos o território pessoal, atravessamos a terra de ninguém da nossa intimidade.”
Tudo mudou naquela noite de quarta-feira, em que o casal expos o segredo mais intimo de sua relação, justamente os segredos, que por serem secretos, tornavam íntimas as relações a vida a dois ou faziam a intimidade uma coisa de casal.
Para Bauman essa curiosa reversão redefiniu a esfera privada em que era caracterizada pelo direito ao segredo a esfera que se tornou presa ao direito à publicidade.
Outras coisas já mencionadas que ocorreram naquela fatídica quarta-feira, não mudou apenas o estado de coisas anteriormente