Assédio moral em ambiente de trabalho – uma ameaça real e de graves consequências.
Neste contexto, sábias as palavras de Hádassa Bonilha (Hádassa Dolores Bonilha. Assédio moral nas relações de trabalho. Campinas: Russel, 2004, p. 37):
“Pode-se afirmar, sem medo de errar, que o assédio moral nas relações de trabalho é um dos problemas mais sérios enfrentados pela sociedade atual. Ele é fruto de um conjunto de fatores, tais como a globalização econômica predatória, vislumbradora somente da produção e lucro, e a atual organização do trabalho, marcada pela competição agressiva e pela opressão dos trabalhadores através do medo e da ameaça. Esse constante clima de terror psicológico gera, na vítima assediada moralmente, um sofrimento capaz de atingir diretamente sua saúde física e psicológica, criando uma predisposição ao desenvolvimento de doenças crônicas, cujos resultados a acompanharão por toda a vida”.
No ambiente de trabalho, o assédio moral é mais comum em relações de hierarquia, ou seja, entre chefe e empregado, mas não restritas a estas.
Pode-se defini-lo como a prática reiterada de condutas agressivas caracterizadas por atos, gestos, palavras, atitudes que exponham, trabalhadores, no exercício de suas funções, a situações constrangedoras, humilhantes e vexatórias com o intuito, simples e inequívoco, de desestabilizá-los, emocionalmente, tornando o ambiente de trabalho desagradável, insuportável e hostil acarretando, por fim, na maioria das vezes, em pedidos de demissão.
São exemplos de condutas configuradoras do assédio moral: 1) Deterioração proposital das condições de trabalho como, por exemplo, retirar a autonomia de trabalho da vítima, atribuir-lhe proposital e sistematicamente tarefas inferiores ou superiores às suas competências, etc. 2) Isolamento e recusa de comunicação. 3) Atentado contra a dignidade: atribuições de