Assistente social: profissional da coerção e do consenso?*
Marilda Vilela Iamamoto
Marilda Iamamoto tem experiência na área de Serviço Social e Sociologia Rural com ênfase em Serviço Social, atuando principalmente nos seguintes temas: Serviço Social, história do Serviço Social, Serviço Social na divisão do trabalho, formação profissional e ensino superior. Autora de livros com várias edições e artigos em revistas nacionais e internacionais.
O texto aborda o papel do Assistente Social como profissional da coerção e do consenso, no qual o Assistente Social tem contribuição
(...) para a criação de consensos distintos daquele dominante, ao fortalecer os interesses de segmentos majoritários da população. Neste sentido, contribuem ao socializar informações que embasem a formulação e a gestão de políticas e o acesso a direitos sociais; ao viabilizar a utilização de recursos legais em face aos interesses da sociedade; ao interferir na gestão e avaliação daquelas políticas, ampliando o acesso a informações a indivíduos sociais para que possam lutar e interferir na alteração dos rumos da vida em sociedade (...). (Iamamoto, 2005, p. 69).
A autora inicia o texto, apontando o objetivo e características do Assistente Social diante das classes trabalhadoras, se tornando assim um profissional contraditório, demandado também pelo capital para atender necessidades de seu interesse. A ação do Assistente Social se faz a partir de situações vivenciadas no cotidiano dessas classes. Diante disso Marilda levanta a questão na qual o Assistente Social é considerado um profissional da coerção e do consenso nas relações entre o trabalhador e o capital, devido a sua característica assistencial visível e que acompanha a profissão desde os primórdios exercendo sobre a classe trabalhadora, ações de cunho educativo, moralizador e disciplinador, com o objetivo de mediar conflitos