Os problemas da ética
* Os fundamentos da herança conservadora
“Questão social” implica a retomada de algumas marcas de origem da profissão, redefinidas e que conferem certos traços peculiares ao exercício desses profissionais. Em primeiro lugar, o bojo reformismo conservador e em segundo lugar, acentuar como essa prática e sua justificação teórico-ideológica mudam de forma, seus compromissos sociopolíticos com o conservadorismo, no decorrer da evolução do Serviço Social. Onde a partir das grandes mobilizações da classe operária o debate sobre a “Questão Social” atravessa toda a sociedade e obriga o Estado, as funções dominantes e a Igreja a se posicionarem diante dela. Fonte inspiradora das posições e programas assumidos diante dos “Problemas sociais”. A sociedade é tida como um todo unificado, através de conexões orgânicas existentes entre seus elementos, que se sedimentam pelas tradições, dogmas e princípios morais de que a Igreja é depositária.
O Serviço Social se propõe, ainda, a uma ação organizativa entre a população trabalhadora, dentro do programa de militância católica, contrapondo-se às iniciativas provenientes de lideranças operárias que não aderem ao associativismo católico. O Serviço Social mantém seu caráter técnico- instrumental voltado para uma ação educativa e organizativa entre o proletariado urbano, articulando o discurso humanista, calcado na filosofia aristotélico-tomista, aos princípios da teoria da modernização presente nas Ciências Sociais. Esse arranjo teórico-doutrinário oferece ao profissional um suporte técnico-científico, ao mesmo tempo em que preserva o caráter de uma profissão “especial”, voltada para os elevados ideais de “serviço ao Homem”.
O conservadorismo moderno, que supõe uma forma peculiar de pensamento e experiência prática, é fruto de uma situação histórico-social específica: a sociedade de classes em que a burguesia emerge como o protagonista do mundo capitalista.