O A PRIORI DA COMUNIDADE DE COMUNICAÇÃO E OS FUNDAMENTOS DA ÉTICA: O PROBLEMA DE UMA FUNDAMENTAÇÃO RACIONAL DA ÉTICA NA ERA DA CIÊNCIA

1446 palavras 6 páginas
Dayvson Ferreira

O A PRIORI DA COMUNIDADE DE COMUNICAÇÃO E OS FUNDAMENTOS DA ÉTICA: O PROBLEMA DE UMA FUNDAMENTAÇÃO RACIONAL DA ÉTICA NA ERA DA CIÊNCIA

A reflexão de Apel1 inicia pela exposição de uma paradoxalidade interna à situação-problema trabalhada. Tal paradoxo consiste na carência de uma ética universal (para nossa civilização unitária) em contraposição à complexidade e aos desafios para a fundamentação racional de uma ética universal em tempos da hegemonia do cientificismo objetivo (normativamente neutro e isento de valoração).
O que justifica a necessidade da fundamentação de uma ética normativa universal é preponderantemente vinculado às consequências tecnológicas das ações promovidas pela ciência: a partir do momento em que os efeitos da ciência se estendem à macrosfera. Não apenas o aspecto do desenvolvimento bélico expandiu as consequências das ações humanas para além da micro e mesosfera (o risco de suas destruições se refere atualmente não mais à mera seleção biológica, mas à ameaça à existência da humanidade em âmbito global), mas a própria globalização, decorrente do crescimento econômico e tecnológico, por promover um mundo interconectado, transpôs barreiras físicas e culturais de modo a fazer com que as ações, inclusive comunicativas, tenham um alcance e uma reverberação sem precedentes. Diante disso, pode-se concluir que os resultados da ciência representam um desfio moral para a humanidade.
A impossibilidade de fundamentação se clarifica, caso tomemos como base o axioma humano do qual se depreende não haver possibilidade de se extrair normas de fatos. A ciência, portanto, torna-se totalmente incapaz de fundamentar uma ética normativa, pois parte dos fatos puros, e por o único conhecimento intersubjetivamente válido ser o da objetividade científica, isso impossibilita que tal ética seja fundamentada.
Dá-se, pois, consideração, tanto à necessidade, quanto à impossibilidade da construção de uma ética universal

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