as pastorinhas
AS PASTORINHAS DE PIRENÓPOLIS/GO
As Pastorinhas foram introduzidas no Brasil pelos jesuítas no século XVI. Esse bailado folclórico de origem portuguesa compõe-se de representações coloridas e movimentadas com cantos e danças dramatizados principalmente por moças. O enredo principal seria a visita dos pastores, no caso do bailado, em sua maioria "pastoras", que seguem a Belém com o intuito de homenagear o menino Jesus, por isso a maior incidência de representações tem as festas natalinas por referência.
Câmara Cascudo, ao inserir o verbete “pastorinha”, o remete ao “pastoris” onde aponta que “em Pernambuco e no Nordeste em geral, os pastoris são cordões, feitos em geral aos sábados, do Natal até as vésperas de carnaval, indo as pastoras divididas em duas filas paralelas: uma chamada cordão azul e outra cordão encarnado” (1972, p. 683). Outra informação importante é de que a “inclusão do nome ‘cordão’ no pastoril denuncia a influência poderosa da dança e música profana” (1972, p. 683) ao bailado. Sobre as alterações ocorridas o referido autor descreve que “os pastoris foram evoluindo para os autos, pequeninas peças de sentido apologético, com enredo próprio, divididos em episódios, que tomavam a denominação quinhentista de ‘jornada’” (1972, p. 683).
Assim sendo esse bailado natalino foi se difundindo pelo Brasil afora e teve grande difusão no Nordeste e Sudeste do Brasil devido à atuação da Companhia de Jesus. Mesmo depois da expulsão dos Jesuítas, com o passar dos anos, o bailado foi se adaptando aos contextos em que ia se inserindo.
Em Pirenópolis esse auto natalino acontece desde a década de 1920 e compõe os festejos do Divino Espírito Santo, que ocorrem nas comemorações de Pentecostes, reunindo no teatro a comunidade local num indício claro da importância deste evento na socialização dos grupos envolvidos. Apesar de ser em outras localidades um festejo tradicional ligado ao culto popular católico, em Pirenópolis