AS FRONTEIRAS DA AFRICA
- O imperialismo europeu e a fragmentação territorial da África.
A África passou por inúmeros choques sociais, políticos e culturais em conseqüência da exploração comercial e da divisão do território pelos países europeus desde o século XVI, o que explica, em grande parte, a fragilidade dos Estados nacionais africanos.
A ação dos colonizadores portugueses, ingleses, belgas, alemães, franceses e holandeses, combinada a outros fatores, resultou em diversos problemas econômicos, sociais e territoriais, tais como:
• O impedimento de um desenvolvimento auto-sustentado pelos próprios povoados e comunidades africanas;
• A formalização da partilha do território em regiões de propriedade européia pelo Congresso de Berlim, 1884-1885;
• A drenagem de minérios para a construção de ferrovias e portos voltados para a exportação.
- O redesenho do continente.
A retirada das potências européias do território africano foi em grande parte ocasionada pela situação econômica desastrosa em que elas se encontravam após a Segunda Guerra Mundial. Manter a administração das colônias e a segurança militar dentro delas tornou-se muito oneroso.Essa situação desencadeou um verdadeiro redesenho do continente, além de propiciar um clima de indefinições territoriais com a conseqüente disputa pelo poder.Estados corruptos, liderados por elites tribais e alinhados aos interesses dos ex-colonizadores e de outros grupos estrangeiros, implantavam projetos de industrialização e modernização com mão de ferro e forte controle estatal.
Paralelamente a essa política, alguns intelectuais africanos, como Kwane Nkrumah, de Gana, um dos formadores do pan-africanismo e Edem Kodjo, ex-primeiro-ministro do Togo e ex-secretário-geral da então OUA (Organização da Unidade Africana), defendiam o reordenamento das fronteiras, visando a uma união que levasse à estabilidade entre os povos e à prosperidade do continente. Porém, a maioria dos primeiros líderes da