O CONCEITO DE FRONTEIRAS NA ÁFRICA NEGRA, WOLFGANG DÖPCKE
Entender a África nos bancos escolares atuais é muito complicado, por causa da nossa formação de vida e escolar, por isso, resolvi colocar este resumo do texto do Döpcke que irá explicar alguns detalhes sobre a formação das fronteiras africanas.
O autor começa o texto delimitando os objetivos do seu trabalho, estudando as fronteiras políticas na África Negra nas suas dimensões históricas e atuais. Explicando a noção de fronteira, e diferenciando-a da noção americana e européia, pois conceitos como esses devem ser analisados antes de aplicá-lo ao contexto africano. Com essa análise, o autor sugere que o conceito europeu deve ser aplicado por ter maior semelhança com o conceito africano, demostrando que o conceito de "linhas", ao invés do de "zonas", é o melhor jeito para se entender o conceito africano de "fronteiras", assim “descrito nas palavras em um tratado, e/ou mostrado em um mapa ou em uma carta, e/ou marcado na terra pelos indicadores físicos [...]. Um limite não tem nenhuma largura e uma reunião dos limites [...] envolve um ponto e não uma zona de soberania comum.” (DÖPCKE,1999, p. 77). Ou seja, o conceito de "zonas" não tem como ser aplicado no contexto africano, o autor defendo que o conceito de "linhas" foi bem utilizado, pois no contexto histórico africano essa noção já era utilizada, mesmo antes da divisão européia, com isso ele definirá o conteúdo do seu trabalho neste setor, conferindo e discutindo os mitos que por ele foram definidos sobre as fronteiras africanas. Argumentando que na África pré-colonial existiam claras noções de limites dos espaços políticos; que a ação da Conferência de Berlim na delimitação das fronteiras foi muito limitada; e que a população africana que vivia perto das fronteiras tentou aproveitar-se das mesmas e manipulá-las para melhor convir aos seus interesses e que as fronteiras não representaram um fator importante nos conflitos entre os Estados.
Döpcke