Museus escola
André Luiz Reis da Silva*
Resumo Este artigo discute a formação da África contemporânea, considerando as dificuldades apresentadas após a independência, como o neocolonialismo e a instabilidade política interna. Analisa também o papel do continente durante a Guerra Fria, para verificar o impacto com o seu fim, nos anos 1990, com a marginalização e posterior reafirmação do continente. Por fim, problematiza os novos interesses na África, na última década, e as possibilidades de autonomia do continente. Palavras-chave: África Contemporânea. Relações Internacionais. Pós-colonialismo.
Passados cerca de cinqüenta anos do processo de independência, o continente africano ainda parece permanecer com os mesmos problemas e dificuldades da década de 1960. Os meios de comunicação de massa mostram a África como ela se fosse uma série de acidentes e conflitos, pois apenas nestes momentos ela é subitamente lembrada. O “esquecimento” intermitente da África até recentemente também alcançava a pesquisa acadêmica que, com exceção de poucos comprometidos pesquisadores, também projetava sobre o continente apenas as imagens do atraso, do exotismo e do pessimismo. Muitas vezes, a “lembrança” da África vinha acompanhada da construção, sobre ela, da noção de um paraíso perdido na história, subjugado e vitimizado pelas maquinações européias, em uma visão que desumanizaria o continente, pois não lhe atribuiria as contradições existentes em qualquer sociedade. Na realidade, dada a incipiente produção de conhecimento sobre a África no Brasil, pouco sabemos sobre o dinamismo e a criatividade das sociedades africanas, na sua realidade objetiva e na busca de soluções para seus problemas. Sem a pretensão de esgotar o tema, este artigo tem como objetivo precisamente problematizar as interpretações correntes sobre os problemas da África contemporânea e