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Reestruturações do espaço ocidental africano no século XIX/ as fronteiras coloniais e a desestruturação do espaço ocidental africano
É importante sinalizar as transformações econômicas e sociais que estão na origem de migrações, principalmente reestruturações territoriais engendradas pela conquista. Os fenômenos de migrações tomam conta por toda parte da África ocidental. As populações da Savana migram em direção á floresta e ao litoral para entrar em contato direto com o comércio europeu. O comércio europeu passa nesse ponto a privilegiar os novos produtos, como o amendoim, o café, ou o azeite de côco. Boubacar exemplifica algumas migrações: “É caso das migrações mandingas nas franjas das florestas da Guiné á Costa do Marfim, que fazem nascer a revolução dyula, dirigida por Samori, cujo maior objetivo será construir um vasto império cobrindo toda a margem direita o Niger até o atlântico”.
Os tuculeurs do vale do rio Senegal, uma das populações da Segegâmbia também vão, em massa tomar de empreitada o Fergo sob a direção de Cheikh Umar. O objetivo era conquistar pelas armas toda a margem esquerda do Niger até as falésias de Bandiagara. Os dois movimentos tinham como objetivo recriar um espaço politico e econômico pacificado, á imagem dos antigos impérios de Mali e Songhai. Dessa forma a conquista territorial era o único meio de recriar um novo espaço supra-nacional, ou seja, que também garantisse segurança ás trocas e enfrentar ambições territoriais dos europeus a partir do litoral. Esse meio de conquista foi defendido tanto por Cheikh Umar, quanto por Samori. Várias populações entram na corrida pela conquista. Essas conquistas territoriais estendem as fronteiras dos velhos Estados ou resultam no nascimento de novos Estados mais amplos, também constituem formas diversas de adaptação á abolição do tráfico negreiro. Segundo Boubacar é também uma resposta á isca política de conquista colonial que abre a era dos conflitos de soberania entra as potências europeias e os