As aquisições instrumentais como base do desenvolvimento psíquico do ser humano
O texto a seguir promove articulações entre as temáticas tratadas nos capítulos iniciais do livro “Psicologia Sócio Histórica” de Ana Bock (et. al.) e o filme “2001: Uma odisseia no espaço” de Stanley Kubrick.
Inicialmente, no filme é apresentado um cenário primitivo, onde hominídeos convivem com outros animais em um ambiente desprovido de alimentação e água para todos.
A ambientação do filme revela as dificuldades encontradas pelos hominídeos para realizar as mais simples atividades como dormir, comer, abrigar-se ou beber, adversidades consequentes tanto do meio como provocadas pelo confronto com grupos rivais. A ausência de atividades conscientes que pudessem auxiliar esses indivíduos impossibilita-os de planejar estratégias de sobrevivência eficazes, que os permitiriam manejar as condições ambientais a seu favor.
No filme, uma imagem intrigante semelhante a um eclipse aparece algumas vezes seguida sempre de cenas que sinalizam alguma evolução ou descoberta para um grupo ou indivíduo. A primeira vez que aparece é quando um grupo de hominídeos depara-se com uma placa negra desconhecida e surpreendem-se com o artefato. Há um alvoroço, estranhamento, surpresa e curiosidade acerca do objeto, até que um dos membros a toca. A ação é repetida pelos outros sem nenhuma aparente consequência. É válido ressaltar que essas emoções acerca do objeto novo acompanham a evolução da espécie humana; esse fato fica evidente quando a placa reaparece em outros momentos do filme causando as mesmas reações.
Logo depois, um dos integrantes do grupo, caminhando pelo deserto, encontra um esqueleto de animal e manuseia partes dele (novamente a imagem do eclipse aparece), ao segurar especificamente o fêmur – uma parte rígida em relação ao resto do esqueleto, mais alongada e de fácil manipulação - choca-o contra as outras partes do esqueleto quebrando-as. Ele repete a atividade várias vezes, não apenas