Artigo Valente
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
José Armando Valente
NIED-UNICAMP & CED-PUC/SP
INTRODUÇÃO
Se considerarmos que estamos adentrando a sociedade do conhecimento, como tem sido proposto por diversos autores (Drucker, 1993; Naisbitt & Aburdene, 1990; Toffler, 1990), deveremos ter uma demanda por melhor e maior quantidade de pessoas qualificadas. Isso faz sentido já que o “capital” da sociedade do conhecimento não será mais a matéria-prima ou bens produzidos e acumulados, como acontece atualmente na sociedade da produção em massa, mas o conhecimento. Assim, do mesmo modo que hoje demandamos por mais bens materiais, nessa nova sociedade deveremos demandar por mais conhecimento.
Entretanto, é necessário esclarecermos o que significa conhecimento e como ele difere da informação. A informação será tratada aqui como os fatos, os dados que encontramos nas publicações, na Internet ou mesmo o que as pessoas trocam entre si. Assim, passamos e trocamos informação. O conhecimento é o que cada indivíduo constrói como produto do processamento, da interpretação, da compreensão da informação. É o significado que atribuímos e representamos em nossas mentes sobre a nossa realidade. É algo construído por cada um, muito próprio e impossível de ser passado o que é passado é a informação que advém desse conhecimento, porém nunca o conhecimento em si.
Essa distinção entre informação e conhecimento nos coloca uma série de desafios.
Primeiro, o fato de termos abundância de informação, como acontece nos dias de hoje, não significa termos pessoas com mais conhecimento. Segundo, se o conhecimento é produto do processamento da informação, como será possível incentivar esse processamento e como ele acontece? Será que ele pode ocorrer espontaneamente ou necessita de auxílio de indivíduos mais experientes que possam facilitar o processamento da informação ou a sua organização de modo a ser tornar mais acessível? Tudo indica que a espontaneidade é
muito