Artigo Bastin
Por Georges L. Bastin
Universidade de Montreal
Tradução por Amanda Sany
Sebastián Francisco de Miranda y Rodríguez (Caracas, 1750 – Cádiz, 1816) visto nos anais hispano-americanos como o “Precursor da Independência”, “o criollo mais inteligente de seu tempo” (sua biblioteca possui mais de 5.000 obras), “o primeiro criollo universal” devido a sua vasta luta pela libertação. O libertador Simón Bolívar o chamou de “o mais ilustre dos colombianos”. Seu nome está gravado no Arco do Triunfo em Paris. Ele participou de três grandes acontecimentos da época: a Independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa e a luta pela liberdade da América Hispânica. Miranda também estabeleceu relações estreitas com ilustres personagens como o General George Washington, o Marquês de La Fayette, o compositor Haydn, a imperatriz Catherine II da Rússia, o primeiro-ministro inglês William Pitt, o ardente defensor da constituição americana Alexander Hamilton e Napoleão, que se referiu a ele como: ' O Dom Quixote que não é louco e que possui em sua alma o fogo sagrado.' Miranda é essencialmente um militar, um revolucionário, um político visionário que deu à sua vida um sentido único: A independência e a liberdade do continente “colombiano”, como gostava de chamar. É a ele que devemos o conceito da América como unidade, foi o primeiro a dar uma visão justa e integral. Armado de tal projeto, Miranda demonstra enorme energia em preparar, publicar e divulgar todos os tipos de documentos: cartas, planos, projetos, artigos, ensaios e proclamações. Uma boa parte desse material implica um engajamento intelectual considerável e diz respeito a uma transferência cultural, ideológica e política para a qualidade da tradução. Sua atividade intelectual abrange outras questões políticas, filosóficas e militares, a música, a pintura, a escultura, o teatro, entre outras. Embora seja um homem de ação, Miranda teve duas grandes paixões: a leitura e a