Arte contemporânea: uma introdução - Anne Cauquelin
Anne Cauquelin, 84 anos, doutora e professora emérita de filosofia da Université de Picardie, na França, é autora de ensaios sobre arte e filosofia, dos quais se destacam Teorias da arte (Martins) e Aristóteles (Jorge Zahar), e dos romances Potamor e Les prisons de César. É redatora-chefe da revista Revue d’Esthétique.
O texto resenhado é sobre o capítulo I- Os embreantes, localizado na segunda parte intitulada Figuras e modos de arte contemporânea, do livro Arte contemporânea: uma introdução.
Anne Cauquelin apresenta no texto que, no domínio da arte, há uma ruptura entre a arte moderna e a contemporânea, a sociedade de consumo e a sociedade de comunicação. A autora estabelece que essa ruptura acontece não por um movimento artístico, mas por figuras singulares, iniciadores de questões, características e conceitos. Cauquelin destaca três figuras que, pela influência de pensamento que provocam ainda hoje, são considerados ‘embreantes’ do novo movimento, e ela os coloca na arte contemporânea pela forma como veem de que modo a arte se articula à sociedade, sendo eles: Marcel Duchamp, Andy Warhol e Leo Castelli.
No topo da lista dos ‘embreantes’, Cauquelin coloca Marcel Duchamp. Segundo a autora, o comportamento singular do artista em relação à arte contemporânea, o coloca ainda nos dias de hoje como referência para muitos artistas. Cauquelin apresenta em seu texto as estratégias de Duchamp na transformação dos mecanismos da arte. O artista rompe com a picturalidade, deixa de ser uma questão de conteúdo, de maneira de fazer. Segundo Cauquelin, Duchamp se coloca como um antiartista, afasta-se do terreno do estético. A habilidade, a arte feita à mão, de forma emocional e manual, e o romantismo atribuído ao artista é abandonado.
Cauquelin aborda os ready-mades, ou seja, objetos prontos que são usados na