Arte contemporânea – uma introdução . capítulo “os embreantes”,
de situar pesquisadores, estudantes ou meros curiosos em relação ao assunto. Anne Cauquelin
- artista plástica, doutora e professora de filosofia da Université de Picardie, na França - coloca
em seu livro, Arte Contemporânea – Uma Introdução, no capítulo “Os Embreantes”, sua
definição do conceito de arte contemporânea. Para isto, a autora faz comparações entre os
artistas contemporâneos Andy Warhol e Marcel Duchamp.
Anne coloca os dois artistas como “embreantes” por pensarem à frente de seu tempo,
cada um a seu modo, mas ambos adeptos a um regime de comunicação. Duchamp, mais reservado,
propõe o anonimato e o abandono da habilidade, ao se comunicar através dos meios que utiliza.
Implantando os ready-mades, cuja natureza cotidiana se tornava artística a partir da inserção do
próprio objeto num espaço de exposição, o que dava-lhe tal peso artístico. Usando codinomes e
criando alter-egos, Duchamp criou uma cadeia de comunicação que se encerrava em si, já que era
em parte produtor, consumidor e crítico de sua arte. Já Andy Warhol utilizou seus conhecimentos
do mundo publicitário para produzir a obra Warhol. Para ele, o que daria o tom artístico aos
objetos e personagens corriqueiros que serigrafava era sua imagem construída, sua condição
de astro, o que Cauquelin nomina como “autoproclamação”. Com mecanismos de publicidade,
Warhol se “vendeu” e se tornou tão famoso quanto suas produções. passando a fazer parte do
sistema que, ao mesmo tempo, criticou. Warhol em si era uma obra por satirizar a sociedade
moderna de consumo e despertando a ideia dele ser um homem de negócios e não apenas um
artista, sempre conversando com seu tempo, como Duchamp.
Por mais que Warhol e Duchamp tenham usado a comunicação como forma de expressão
de sua arte, as esferas que suas obras atingiam não eram as mesmas. Enquanto Duchamp instigava
uma