Arte como procedimento
A “arte como procedimento” é, antes de tudo, a explicação da arte por um método. A idéia veio dos formalistas russos que tinham como propósito estudar e descobrir como funciona a literatura (daí até gostariam de ser chamados ‘funcionalistas russos’).
O objeto de estudo da literatura não devia ser então o texto literário e sim os elementos que o encaixam na categoria ‘literário’. A isso, Jakobson chamou “Literariedade” e para isso necessita-se uma técnica, um procedimento
Da linguagem cotidiana fazem parte a clareza, o automatismo, o hábito e a familiaridade. Na arte o que prevalece é o obscuro, o aumento da dificuldade e da percepção. A função, por assim dizer, da linguagem artística é causar estranhamento; só é arte o que desfamiliariza.
Para ilustrar o estranhamento proveniente da arte, da poesia, da literatura, mencionarei Graciliano Ramos, que criou uma linguagem tão única que beirou o anormal. No texto “Nós, os temulentos”, do autor mencionado, milhares de vocábulos são simplesmente criados – além do presente no do próprio título – como sozinhidão, embriagatinhava, duvidações, entre outros.
A poesia é uma maneira particular de pensar, um pensamento formado por imagens. Sem imagens, não há arte, pois esta é antes de tudo criadora de símbolos.
Apesar disso, o pensamento por imagens não é o vínculo que une todas as formas de arte. Muitos acreditam que este pensamento deve representar o traço principal da poesia, mas não deve ser esquecido que a imagem criada por ela é apenas o que nos indica um determinado pensamento. A imagem poética é um dos meios de criar uma impressão máxima; a imagem prosaica é um meio de abstração.
Potebnia, pensador ucraniano mencionado no início do artigo, reduziu a relação poesia-imagem ao que se chama equação (poesia = imagem) que, posteriormente, serviu de fundamento para a teoria que afirma imagem = símbolo. Tal conclusão é encontrada na teoria simbolista.
A arte, segundo o