ARISTOTELISMO
1) Importância atribuída por Aristóteles à natureza e o valor e a dignidade das indagações a ela dirigidas. Enquanto Platão pensava que tais indagações só poderiam atingir um grau de probabilidade muito inferior ao conhecimento científico (Tim., 29c), Aristóteles considerava que nada há na natureza tão insignificante que não valha a pena ser estudado, visto que, em todos os casos, o verdadeiro objeto da pesquisa é a substância das coisas.
2) Conceito de metafísica como filosofia primeira e teoria da substância, assim como fundamento da enciclopédica completa das ciências.
3) Doutrina das quatro causas (formal, material, eficiente, final) doutrina do movimento, como passagem da potência ao ato, que permitiram a interpretação de toda a realidade natural.
4) Teologia com seu conceito do Primeiro Motor e do Ato Puro.
5) Doutrina da essência substancial ou necessária como base da teoria do conhecimento da lógica.
6) Importância atribuída à lógica, cujo primeiro expositor sistemático é Aristóteles, como instrumento de todo conhecimento científico.
As várias correntes do Aristotelismo só se reportaram, habitualmente, a alguns desses fundamentos; isso explica porque o Aristotelismo ora apareceu como metafísica teológica (na escolástica medieval), ora como naturalismo (no Renascimento), ora como espiritualismo (em algumas interpretações modernas, por ex. as de Ravaisson e Brentano).