Arcaísmo sintático
São construções que se usaram, mas que foram abandonadas, não correspondem aos hábitos correntes da língua.
A língua antiga era bem mais livre do que a atual em relação ao lugar que deve ocupar cada membro da frase.
Adjetivos:
Além da predominância da anteposição, o fato de se poder colocar outro depois do substantivo.
Ex.: “Fortes vozes e grandes de mui gram door.
Concordância:
Se o sujeito da oração é um nome coletivo, podia o verbo do predicado ir para o plural; o mesmo nome coletivo, ainda que empregado no plural como sujeito, podia levar o verbo para o singular.
Ex. “ e hi morreo grandes gentes.”
Regência:
O verbo começar era acompanhado da preposição DE, ou simplesmente encostava-se ao outro verbo.
Ex.: “a começar de caminhar...” ( e começou a caminhar...)
Continuar e tornar uniam-se sem preposição, a infinitivos.
Ex.: “continuai ter cuidado”
Particularidades:
- o emprego do homem (omem, ome) como sujeito indeterminado da oração:
“ca veer omem como vam os moços poer os cães.”
- a introdução do segundo termo da comparação por meio de DE em vez de QUE ou DO QUE:
“e os cristãos perecerom melhor da quarta parte” (...que a quarta parte.)
- período excessivamente longo, cheio de subordinações.
- quando uma palavra de sentido negativo precedia o verbo, não se omitia o advérbio de negação:
“Nenhum não veio”
- “Ambos os dois” hoje tido como pleonasmo vicioso, já foi uma expressão correta.
OBS. A mesóclise (far-se-á), o pretérito mais-que-perfeito (amara, bebera, partira) e o uso de algarismos romanos estão se tornando arcaísmos também.
Bibiografia:
Disponível em