Paulo Freire
Arcaísmo, palavra de origem grega de uso lexical ou gramatical de uma palavra ou expressão antiga, que não se usa mais.
Os arcaísmos são o oposto do neologismo e estão na contramão do movimento criador de palavras, já que nossa língua, por ser objeto de constante transformação, carece de uma renovação lexical. Esse movimento é natural e não tem como objetivo descaracterizar o idioma; seu objetivo é adequá-lo a uma nova realidade linguística.
*LEXICO: É o conjunto de palavras que as pessoas de uma determinada língua têm à sua disposição para expressar-se, oralmente ou por escrito.
*GRAMÁTICA: Conjunto de regras que regem o funcionamento de uma língua, podendo ser usada tanto na norma culta, quanto nas variantes de padrão.
Os arcaísmos podem ser classificados como linguísticos ou literários.
ARCAÍSMO LINGUÍSTICO: é encontrado na fala que contém traços fonéticos, morfológicos, sintáticos e léxicos que são conservadores e antigos na língua.
Arcaísmos linguísticos fonéticos:
Em princípio, os arcaísmos fonéticos encontram-se em variedades conservadoras do português. Por exemplo, os dialetos portugueses setentrionais mantêm, no vocalismo e no consonantismo, características que podem ser vistas como arcaicas: o ditongo [ow] em ouro ouroubar1; e o [tʃ] em chamar ou cacho. No entanto, mesmo no dialeto que é considerado padrão, baseado tradicionalmente no falar das classes cultas de Coimbra e Lisboa, há características que podem ser tidas como arcaicas: o ditongo representado por em maneira, palavra que noutros dialetos apresenta uma solução inovadora, a monotongação de [ej] em [e] —man[e]ra, como se diz em quase todo o Centro-Sul português. Mesmo assim, é de assinalar que tal ditongo não é pronunciado hoje no português-padrão como [ej] mas sim como [ɐj], cujos elementos têm maior contraste entre si (dissimilação). Por outras palavras, apesar de continuar a existir um ditongo como na Idade Média, a sua articulação é diferente, porque o