Apresentação satisfação do cliente
Na última década do século IV, o imperador Teodósio governava um império maior que o de Augusto, e comandava um exército de várias centenas de milhares de homens. Menos de 80 anos depois, tanto o exército quanto o império tinham desaparecido, destroçados pelos invasores bárbaros.
Como isso aconteceu? Seriam os bárbaros germânicos mais numerosos e aguerridos do que eram no tempo de Augusto? Teriam se desenvolvido militarmente, adotando armamentos e táticas que não possuíam quando Augusto imperava em Roma? A resposta para essas duas últimas perguntas é: Não. Os bárbaros que destruíram o Império Romano do Ocidente não eram mais numerosos ou mais aguerridos ou militarmente superiores aos que eram derrotados pelas legiões romanas, durante e após o governo de Augusto. Então, o que ocorreu para que, no século V, os legionários romanos fossem batidos e destruídos por aqueles a quem, no passado, tantas vezes derrotaram?
Para o doutor em História Antiga, Arther Ferrill, professor da Universidade de Washington, a explicação é só uma. Não foram os guerreiros bárbaros que se tornaram mais fortes; foram as legiões romanas que se enfraqueceram. E se enfraqueceram porque foram "barbarizadas", admitindo em suas fileiras uma quantidade crescente de germanos federados e perdendo o que sempre fora sua virtude mais significativa: a dura e eficiente disciplina romana.
Em seu livro "A queda do Império Romano: a explicação militar", Ferrell mostra que o colapso militar do Império começou quando Constantino criou um imenso exército móvel que enfraqueceu as legiões que guardavam as fronteiras e enfatizou o emprego da cavalaria em detrimento da infantaria, que sempre fora a pedra angular do poderio militar de Roma. Nessa força móvel, a presença de germanos (pouco) "romanizados" se tornou crescente, até vir a constituir unidades autônomas que lutavam sob um comando germânico e adotavam condutas estranhas à tradição militar romana.
É sintomático que,